sexta-feira, outubro 16, 2009

COMO FUNCIONA O PÓS-MODERNISMO!AFINAL O QUE É ISSO?


Parace que é bom!

๑(•ิ.•ั)๑ Vamos entender?Ele está em tudo!

Bjkas I♥ó๑(•ิ.•ั)๑

Como funciona o pós-modernismo
por
Sílvio Anaz
Neste artigo:
1. Introdução sobre o pós-modernismo
3. Pós-modernismo e filosofia

1.Introdução sobre o pós-modernismo


A Era Moderna acabou em algum momento do século 20 e desde então o mundo vive na chamada pós-modernidade, com uma arte pós-modernista, sob a filosofia do pós-modernismo e em condições sociais, políticas e econômicas pós-modernas.É por isso que você tem tido tanta dificuldade para compreender o mundo a sua volta, certo? Na verdade, não. Na Idade Média ou na Antiguidade as pessoas tinham uma dificuldade parecida (e essa é a principal razão que faz as religiões serem um sucesso de público há séculos). Portanto, a culpa pelas suas incertezas não é porque você deu azar de viver nesse tal de pós-modernismo.O problema com o pós-modernismo, para começar, é que nem todos que entendem do assunto concordam que ele exista.

Os conceitos sobre a tal Era Pós-Moderna têm sido motivo para intensas polêmicas intelectuais.

O rock e a música pop são manifestações artísticas que dissolveram as fronteiras entre cultura popular e alta cultura e entre arte e mercado.Será que eles são pós-modernos então?De um lado artistas, pensadores e historiadores defendem que a ascensão do ceticismo, da subjetividade e do relativismo na nossa forma de pensar, a crescente desconfiança em relação à razão, o fracasso das ideologias e mudanças nas formas de acumular capital marcam uma nova etapa para a humanidade, com implicações na filosofia, nas artes, no comportamento, na economia, na política.De outro, grupos equivalentes rebatem com o argumento de que os fundamentos da modernidade, constituídos desde o Iluminismo, como o capitalismo, a democracia e o conhecimento científico continuam a vigorar e a ser uma aspiração para a maioria dos povos. Portanto ainda viveríamos sob os ares da Era Moderna. O primeiro dos desafios para aqueles que acreditam e defendem a condição pós-moderna está justamente em definir o que é a pós-modernidade e que valores presentes nela diferem radicalmente dos da modernidade. Muitos dos intelectuais que tentam fazer isso partem dos pensamentos filosóficos de Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger.

Na arquitetura pós-modernista os prédios seriam ecléticos, não-funcionais e "divertidos"Um dos primeiros pensadores a desenvolver uma teoria abrangente e coerente sobre a pós-modernidade foi o filósofo francês Jean-François Lyotard com o seu livro “A Condição Pós-Moderna”, lançado em 1979. Outros pensadores associados à ideia de pós-moderno são Michel Foucault, Jacques Derrida e Jean Baudrillard.

Para o intelectual marxista Fredric Jameson, o pós-modernismo representa uma nova fase do capitalismo, em que uma série de transformações tecnológicas impactou na ascensão de novas formas de relação de consumo e de movimentações do capital financeiro. Já o filósofo Gilles Lipovetsky acredita que, em vez de pós-modernidade, o que estamos vivenciando é justamente uma exacerbação dos valores da Era Moderna. A esse fenômeno ele deu o nome de “hipermodernidade”.Apesar das discordâncias em relação ao advento ou não da pós-modernidade, o que é amplamente aceito pelos estudiosos é que desde a segunda metade do século 20 está em curso uma série de transformações culturais numa velocidade e num grau nunca antes vivenciados pelo homem. Mas, mesmo entre os defensores da ideia pós-modernista, as tentativas de definir o que seria essa nova etapa da história da humanidade encontram inúmeras dificuldades e limitações. Para muitos estudiosos é possível falar de um pós-modernismo apenas nas artes, enquanto para outros ele seria tão abrangente que implicaria até numa mudança de nossa percepção temporal.

2.Pós-modernismo: seus significados nas artes e na economia

Para os pós-modernistas a arte não é fruto da genialidade
Os movimentos e estilos artísticos que têm se desenvolvido desde meados do século 20 têm sido classificados por muitos teóricos como manifestações do pós-modernismo. Para eles, o que há de comum nesse fenômeno estético que atinge a literatura, a música, o cinema, as artes plásticas, a arquitetura, as artes cênicas e a
indústria da moda é que ele dissolve as fronteiras entre arte e mercado e entre alta cultura e cultura popular. Para o sociólogo britânico Anthony Giddens, o termo pós-moderno acaba assim por dizer respeito mais a “aspectos da reflexão estética sobre a natureza da modernidade”.A ruptura das distinções tradicionais entre arte e comércio e entre autêntico e não-autêntico na música popular, a superação das convenções rígidas e funcionais modernistas para alcançar uma estética eclética, divertida e até não-funcional na arquitetura e o experimentalismo na forma narrativa no romance são alguns dos exemplos apontados como manifestações do pós-modernismo nas artes. Um dos aspectos mais destacados do pós-modernismo diz que as suas manifestações estéticas não defendem a arte como uma forma superior de experiência, fruto da genialidade. Como na teoria pós-modernista nada mais pode ser original, pois tudo já foi feito, a arte funde-se à vida cotidiana e está em toda parte. Mas estas e outras características do pós-modernismo na arte já estiveram presentes em outros momentos históricos, talvez com a diferença de que nos tempos contemporâneos isso acontece com um alcance e uma intensidade bem maiores. Assim, a natureza do pós-modernismo nas artes continua difícil de ser estabelecida com consistência e de forma a distingui-lo por exemplo do discurso estético das vanguardas, que foram marcantes para o surgimento do Modernismo no começo do século 20.

Há pensadores que identificam o pós-modernismo também como um fenômeno sócio-econômico. No livro “Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio”, Fredric Jameson aponta o pós-modernismo como uma nova fase do capitalismo. Essa nova etapa teria surgido em função do avanço das tecnologias da comunicação, que possibilitaram, entre outras coisas, uma movimentação internacional extremamente veloz do dinheiro. Ela seria fruto também do surgimento de novos centros financeiros e de novas classes sociais, além da mercantilização da cultura, principalmente pelos meios de comunicação de massa, ao mesmo tempo em que o consumismo deixou de se limitar aos produtos industrializados e alcançou também estilos, imagens e gostos.David Harvey é outro intelectual que aborda o pós-modernismo em termos sócio-econômicos.

No livro “Condição Pós-Moderna”, ele defende que o momento pós-moderno ocorre quando a forma de fabricação descentralizada que representa uma maior flexibilidade na produção substitui o modelo fordista de produção, que concentrava a fabricação num único local. Uma das consequências dessa substituição no modelo de produção capitalista é a criação de forças de trabalho móveis e disponíveis.

3.Pós-modernismo e filosofia

O filósofo Jean-François Lyotard viu a pós-modernidade como um período de colapso das principais ideologias que dominaram o mundo desde o Iluminismo. A esses pensamentos estruturados que procuravam nos dar uma explicação adequada e objetiva da realidade ele deu o nome de “grandes narrativas”. Mas a filosofia pós-modernista que se desenvolveu a partir de Lyotard centrou suas críticas a vários outros pontos de vista nascidos a partir das filosofias iluministas.De forma geral, o pós-modernismo filosoficamente entende que a realidade é uma construção conceitual, produto do nosso conhecimento científico e da mediação da linguagem, uma ideia que se contrapõe a de uma realidade “natural e objetiva”, que existiria independentemente dos seres humanos.

Dessa forma, a rejeição de uma realidade natural e objetiva implica também que não há “Verdades” absolutas para o pós-modernismo.

Outra crítica que ele faz aos ideais iluministas diz respeito à crença de que o conhecimento científico e a evolução tecnológica levarão o ser humano inevitavelmente a ter uma vida melhor. Para o pós-modernismo, a supremacia da razão e da lógica pode ser opressiva e destrutiva.Em seus escritos posteriores, Lyotard reviu algumas de suas ideias sobre o pós-modernismo e procurou situá-lo como um tipo de “reescrita do projeto da modernidade” e lhe deu tons menos pretensiosos e menos otimistas.Outro filósofo que se dedicou a pensar sobre o pós-modernismo foi o italiano Gianni Vattimo. Para ele, são as ideias de Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger que inspiram a pós-modernidade. Vattimo defende uma crítica relativista que distancia-se de qualquer pretensão à objetividade.

Um dos pontos centrais da filosofia do pós-modernismo diz respeito à linguagem. O desenvolvimento da sociolinguística a partir dos estudos no começo do século 20 do suíço Ferdinand de Saussure levou a um aprofundamento das questões referentes à linguagem como referência e representação da realidade. Dentro do pensamento pós-modernista o ponto alto nesse sentido foi o trabalho do filósofo francês Jacques Derrida. Em sua abordagem filosófica, Derrida inventou o desconstrucionismo, um processo de argumentação que procura “desmontar” o que foi juntado num texto. Segundo Derrida, o significado que o autor busca dar a um texto deixa de existir, pois um texto é na verdade uma construção feita a partir de vários outros textos. Na sua proposta “desconstrucionista”, Derrida não busca encontrar o que o texto significa, mas sim mostrar como ele faz para adquirir significados.Por fim, entre as noções filosóficas pós-modernistas mais importantes está a que contesta as grandes teorias que procuram explicar o mundo natural e o social. Para o pós-modernismo essas grandes metanarrativas, como é o caso do marxismo, por exemplo, são perniciosas não só por não conseguirem explicar a contento o que acontece na história humana como também por serem totalitárias e opressivas ao marginalizarem e silenciarem outras perspectivas e discursos.
Relativismo culturalAo negar que muitos aspectos da realidade são objetivos, que há Verdades, que é possível ao ser humano conhecer com certeza algumas coisas e que há valores morais absolutos, o pós-modernismo refuta as principais ideias desenvolvidas a partir do Iluminismo e que prevalecem na Era Moderna.

Para o pensamento pós-modernista, realidade, conhecimento e valores devem ser “relativizados” em função de contextos e discursos. Assim, a filosofia pós-modernista construiu a visão de que os padrões de moralidade, práticas e crenças de uma determinada cultura não podem ser julgados a partir de um ponto de vista exterior a essa cultura. A isso chamou “relativismo cultural” e muitos o defendem sob o argumento de que ele dá voz à visão de mundo e aos interesses de culturas marginalizadas.

Mas o “relativismo cultural” tem sido foco de muitas polêmicas, principalmente quando se propõe a defender práticas culturais consideradas contra os princípios do humanismo, por exemplo.

Espero que gostem!

Nenhum comentário: