sexta-feira, novembro 15, 2013

NOSSOS "EUS" - UM TEXTO MUITO BOM DE MARIANA VIKTOR


Como fazer as pazes com os





Como fazer as pazes com os "eus" que moram em você 


por MarianaViktor - maviktor@gmail.com


Todos nós -incluindo você- temos vários "eus". E não me refiro a máscaras, não. Os "eus" de que falo estão mais para o poema de Walt Whitman:

"Contradigo a mim mesmo?
Muito bem, então contradigo-me.
Sou vasto.
Contenho multidões..."


Existe o "eu" que faz muito bem alguma coisa... e o "eu" que não leva o menor jeito pra outra. O "eu" que diz não ter preconceito e aquele que julga precipitadamente, sem dar-se conta do que acabou de fazer. Existe o "eu" que fala muito bem em público e que convive com o "eu" que se perde numa conversa íntima. O "eu" que é fantástico na teoria e o que se acha incapaz na prática - ou vice-versa. Tem o "eu" generoso com os outros, mas que é mesquinho consigo mesmo. O "eu" que morre de medo de perder um emprego nada-a-ver por achar que não conseguirá outro melhor, e o "eu" que sabe que é bom à beça no que faz e que fracassar é apenas desistir. Tem o "eu" socialmente simpático e o "eu" que é ranzinza com as pessoas mais próximas.

O fato é que todos esses "eus" vivem juntos dentro de você.
O problema é que eles acabam batendo boca e criando diálogos mentais sabotadores que mais parecem tortura. Basta um "eu" resolver, por exemplo:

- Hmm, estou decidida! Amanhã acordo mais cedo pra caminhar antes do trabalho e farei isso todos os dias!

Pros outros "eus" tomarem a palavra dentro da sua cabeça:

- Ah, mas vai ser difícil sair da cama uma hora mais cedo, hein?...
- Fora que caminhar sozinha é muito chato...
- Não sei se vai dar pra manter essa disciplina diária. Talvez três vezes por semana seja melhor...
- Mas se eu desistir, vou me sentir péssima!
- É verdade, e vai ficar cada vez mais gorda e flácida!
- Mas caminhando vou demorar pra emagrecer e este mês mal tenho tempo pra almoçar...
- Ah, dane-se!... Deixa pra lá!

Soou familiar pra você? Qualquer semelhança com seus diálogos internos não é mera coincidência. Quando todos os nossos "eus" se reúnem desse jeito pra conversar, seja sobre que assunto for, parecemos incoerentes aos nossos próprios olhos - e aos olhos dos outros.
Mas tem algo muito interessante sobre essa galera: tanto o "eu" protelador, quanto o que se acha incapaz, que morre de medo de, que faz gol contra em momentos-chave da vida, que diz sim quando gostaria de ter dito não, o "eu" amargurado, o carente, o dependente, o invejoso e tantos outros... todos esses "eus" não são você!
Nosso eu verdadeiro é luz, é inteiro, é ótima companhia pra si mesmo, sabe lidar com situações-limite, sabe produzir felicidade mesmo em tempos de vento contra. É confiante, tem visão do horizonte e não de túnel. Suas narrativas não são saturadas, seu caminhar não é em círculos. Não perde tempo reclamando ou procurando culpados. Ele simplesmente faz o que tem que ser feito, faz o que ama, o que faz bem, o que é saudável, o que traz realização, crescimento, vida. É um ser ecológico.

Sim, você é assim.

Muitos desses "eus" que parecem ser quem somos, são na realidade nossas cicatrizes emocionais, grandes ou pequeninas, de ontem à tarde ou lá da infância. São esses "eus" machucados que acabam assumindo o controle de nossos pensamentos e atitudes em situações que parecem ameaçadoras para nossas emoções - mesmo que a ameaça seja somente contra o conforto de poder dormir uma hora a mais em vez de acordar cedo pra curtir uma caminhada.
Exemplo: se aos 15 anos eu tivesse sido traída pelo namorado e aquilo marcasse profundamente meu sistema emocional, dificilmente conseguiria confiar novamente em alguém, mesmo que do ponto de vista racional eu quisesse, me esforçasse e dissesse pra mim mesma que aquela dor já passou, que nem lembro mais, que foi superada faz tempo.
Isso acontece porque enquanto a lógica, o bom-senso e o raciocínio são controlados pelo néocortex - a parte do cérebro responsável pelas decisões conscientes -, as emoções são acionadas por outro departamento cerebral: o sistema límbico, que desde o tempo das cavernas nos manda fugir ou lutar diante de uma ameaça, seja ela real ou imaginária.

(Um parêntese: esse é um dos mecanismos, aliás, que alimenta a síndrome do pânico. Não há ameaça real, mas algum gatilho emocional aciona o sistema de luta/fuga, como se a pessoa estivesse cercada de búfalos enfurecidos. Eu tive síndrome do pânico por anos e quando descobri o motivo - minha guerra interna projetada no mundo externo - os sintomas sumiram.)

Voltando ao trauma dos 15 anos, basta um atraso do namorado, uma palavra mal-colocada dele ou um olhar suspeito pra outra mulher e zás!... o "eu" machucado aciona todos os alarmes emocionais do meu "eu" traído lá atrás, gerando pensamentos e atitudes equivalentes: começarei a desconfiar, a brigar, a ter comportamentos de defesa ou ataque que acabarão inviabilizando este novo relacionamento. E meu discurso repetirá que "nenhum homem presta", "não nasci pra ser feliz", "tenho mesmo que ficar pra titia" e outras regras sabotadoras.
E não importa se o outro fez isso mesmo ou foi apenas um "achismo" da minha parte, um equívoco de interpretação. "Se ele olhou pra direita, com certeza foi pra aquela morena lá!".

Então, um convite pra você - você dona-de-si-mesma, ou dono-de-si-mesmo, o centro da engrenagem, a pessoa que comanda a festa da sua vida, a que tem a batuta na mão: em momentos onde a emoção gritar "presente!", preste atenção em qual "eu" tomou a frente dos seus pensamentos e comportamentos. Ter consciência de que pode ser algum "eu" machucado reagindo a dores do passado é o primeiro passo para curá-lo.

segunda-feira, novembro 11, 2013

ONDE ESTÁ VOCÊ AGORA!





Às vezes no silêncio da noite. 

Eu fico imaginando nós dois. 

Eu fico ali sonhando acordada. 

Juntando o antes, o agora e o depois, por 

que você me deixa tão solta? 

Por que você não cola em mim? 

Tô me sentindo muito sozinha. 

Não sou nem quero ser o sua dona. 

É que um carinho às vezes cai bem. 

Eu tenho meus desejos e planos secretos, só 

abro pra você mais ninguém. 

Por que você me esquece e some? 

E se eu me interessar por alguém? 

E se ele, de repente, me ganha? 

Quando a gente gosta, é claro que a gente 

cuida. 

Fala que me ama, só que é da boca pra fora. 

Ou você me engana. Ou não está maduro. 

Onde está você agora?







PAPA FRANCISCO - QUEM SABE SE AGORA A IGREJA EVOLUI?


novo papa francisco

Eu, apesar de ser católica e amar a Deus, a Jesus, nunca sem Maria, fico decepcionada por tanta hipocrisia por parte de muitos que se dizem contritos com Deus, mas que ofendem a todos e têm preconceitos em todos os sentidos. Ou você uma coisa ou outra. Por isto não frequento a Igreja, nem a Católica e nem outra... Apenas sigo a minha fé. 
Gostei muito desse Papa Francisco e espero dele coisas maravilhosas para que a Igreja e seu povo sejam verdadeiramente cristãos. 
Jesus era um homem admirável, não era preconceituoso nem fundamentalista, no entanto, suas idéias e ensinamentos persistem até hoje e o que acontece são os diversos meios de entendimento  daquilo que Ele disse e as interpretações de acordo com a intenção daqueles que a divulgam.

FATOS QUE MOSTRAM QUE O MUNDO VAI MELHOR DO QUE VOCÊ IMAGINA

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Preocupante? Sim ou não?


Muitas pessoas não sabem o enorme progresso que a maioria dos países têm feito nas últimas décadas, principalmente porque os noticiários estão recheados com a desgraça que os seres humanos provocam diariamente.

Que tal atualizar essa visão de mundo, ganhar um pouco de perspectiva e, de quebra, de esperança?

De forma gradual, as forças demográficas que impulsionaram o crescimento da população mundial no século 20 estão mudando. Cinquenta anos atrás, a taxa média mundial de fertilidade – o número de bebês nascidos por mulher – era 5. Desde então, esse número caiu para 2,5 – algo sem precedentes na história da humanidade. A fertilidade continua tendendo para baixo. Tudo graças a uma poderosa combinação de educação feminina acesso a contraceptivos e ao aborto, e aumento da sobrevivência de crianças.

As consequências demográficas são surpreendentes. Na última década, o número total global de crianças de 0-14 anos se estabilizou em torno de dois bilhões, e os especialistas das Nações Unidas preveem que a população vai continuar assim ao longo deste século. É isso mesmo: a quantidade de crianças no mundo de hoje é o máximo que haverá. Entramos na era do pico de crianças. A população continuará a crescer à medida que essa geração envelhecer. Assim,  novos adultos serão adicionados à população mundial, mas, em seguida, na segunda metade deste século, o rápido crescimento da população mundial vai finalmente chegar ao fim.

Cinquenta anos atrás, a expectativa média de vida no mundo era de 60 anos. Hoje, é de 70 anos.

Além do mais, essa média na década de 1960 mascarou um enorme fosso entre a expectativa de vida em países “desenvolvidos” e “em desenvolvimento”. Agora, a média atual de 70 anos aplica-se à maioria dos povos do mundo (diferente da riqueza). Por exemplo, o Vietnã tem a mesma saúde que os EUA tinham em 1980, mas até agora apenas a mesma renda per capita que os EUA tinham em 1880.

Por trás do aumento da expectativa de vida encontra-se uma queda expressiva da mortalidade infantil. Tragicamente, 7 milhões das 135 milhões de crianças nascidas a cada ano ainda morrem antes dos cinco anos de idade. Mas, em 1960, uma em cada cinco crianças morriam antes da idade de cinco anos. Hoje é uma em 20, e a taxa continua caindo. Um mito comum é que os cuidados de saúde – por salvar a vida de crianças pobres – só levam ao crescimento populacional mais rápido. Paradoxalmente, o oposto é verdadeiro. Por quê? Porque só há demanda para o planejamento familiar quando a mortalidade infantil cai bastante. Antes que isso aconteça, as mulheres continuam a ter filhos. As mais rápidas taxas de crescimento populacional hoje estão nos países mais pobres e em guerra com a maior mortalidade infantil, como o Afeganistão e a República Democrática do Congo. Quando a taxa de mortalidade diminui, a demanda por planejamento familiar sobe.

O que é pobreza extrema?

Os economistas definem como uma renda de menos de US$ 1,25 (cerca de R$ 2,50) por dia. Na realidade, isso significa que uma família não pode ter a certeza de que vai comer no dia seguinte. As crianças têm de trabalhar em vez de ir para a escola. Elas morrem de causas facilmente evitáveis, como pneumonia, diarreia e malária. E para as mulheres, isso significa fertilidade descontrolada e famílias de seis ou mais filhos.

Mas o número de pessoas em situação de pobreza extrema, de acordo com o Banco Mundial, caiu de dois bilhões em 1980 para pouco mais de um bilhão hoje. Apesar de muitas pessoas no mundo ainda viverem em uma renda muito baixa, seis dos sete bilhões já estão fora da pobreza extrema e esta é uma mudança fundamental. 

Essas famílias têm menos filhos, dos quais a grande maioria vai sobreviver, obter comida suficiente e ir à escola. 

Na verdade, pela primeira vez, a evidência sugere que agora é possível para o último bilhão também sair da miséria nas próximas décadas. 

Mas isso só acontecerá se eles receberem, de seus governos e do mundo em geral, a ajuda que precisam para se manterem saudáveis e terem educação. [BBC]